quarta-feira, 14 de outubro de 2009

As noivas e o perfume das laranjeiras

O perfume das flores de laranjeira me traz à lembrança os casamentos lá da roça. As noivas escolhiam justamente essa época do ano para marcar a data. E parece que até o vento cooperava e soprava mais forte nos dias de casamento para esparramar o perfume pela fazenda inteira!
Só que nem tudo eram alegrias, não... Sabe que houve até um caso em que a noiva foi raptada pelo antigo namorado, na porta da igreja? Ela estava se casando com outro sem amor, por imposição dos pais, e foi salva pelo gongo, um pouco antes de dizer o sim!
_ Que aventura, hein, seu Nonô?
_ Aventura também viveu outra noiva, coitada, que foi abandonada no altar, Serafina! Na hora do sim o noivo se arrependeu, deu meia-volta e saiu em disparada!
_ E ela?
_ Também saiu correndo, logo depois dele, montou o primeiro cavalo que apareceu na sua frente e fugiu galopando, de vestido de noiva, véu e grinalda!
_ Coitada, seu Nonô! Que vergonha ela deve ter passado! E depois?
_ Bem, quanto ao primeiro caso, os dois se casaram mesmo sem o consentimento dos pais da noiva, que já era maior de idade, e quando nasceu o primeiro netinho, o avô materno só faltou derreter de emoção...
Já a noiva abandonada ficou um tempo sem sair de casa, mas acabou se casando, mais tarde, com o irmão do noivo fujão, que veio a se tornar seu cunhado, você acredita? Bem, Serafina, já lhe falei sobre dois assuntos que marcaram a minha infância e adolescência. Agora é sua vez. Sou todo ouvidos!

Nenhum comentário: