Já desisti de tentar explicar a mim mesma e às pessoas que, das mais variadas maneiras me questionam, o sentimento que nutro por Nina e Filó.
Só sei que não consigo deixá-las sozinhas quando a chuva vem com raios e trovões, muito menos quando alguma festa de bairro abusa dos rojões. Nina não liga muito, mas Filozinha fica paralisada de medo e só consegue relaxar perto de mim, bem juntinho.
Sei também que deixo de viajar ou mesmo de ficar fora de casa por mais tempo se não consigo montar um esquema para que elas se sintam confortáveis, na medida do possível.
Sei ainda que muitas vezes reclamo porque elas me prendem, mas me arrependo logo em seguida, pois o problema está em mim e não nelas.
Sei que sofro quando elas demonstram algum tipo de sofrimento, pois queria poupá-las da mais ínfima dor. E que isso, na maioria das vezes, mais atrapalha que ajuda.
E o que mais sei é que, de quando em quando, passo dias e dias em uma perfeita sintonia de amor com elas, um amor tão forte e profundo, tão grande, que às vezes inunda minha alma e derrama, escorrendo pelos caminhos por onde passo.
Vai ser assim, enquanto coexistirmos, eu e elas, elas e eu.
Que me perdoem os amigos que se sentem rejeitados, injuriados, indignados...
O amor que existe em meu coração é infindável! Aliás, quanto mais eu amo, mais amor tenho para dar a todos os seres vivos que me rodeiam. É uma fonte inesgotável!
