sexta-feira, 5 de março de 2010

A alegria das cores

A alma continua em silêncio, mas o colorido das flores tomou o lugar da angústia. Aleluia!

terça-feira, 2 de março de 2010

Minhas interlocutoras

Ouvem palavras (mas não se alimentam delas...) e respondem com a linguagem do amor...

Angústia silenciosa

Vocês podem calcular o que sente uma escritora quando se dá conta, um belo dia, de que foi invadida, sem opor resistência, pelo silêncio da natureza do Infinito onde vive?
Será que podem imaginar o que é a sensação de estar quase vazia de palavras, que a força do silêncio é tão grande que interfere, até, na sua capacidade de concatenar os pensamentos, quanto mais de expressá-los?
Será que podem supor o que se passa na cabeça dessa "escritora de corpo e alma", de "ofício e de sacrifício", um ofício, aliás, que está completando 30 anos, neste 2010?
-- Será que vai deixar de exercer sua profissão?
-- Será que já disse tudo o que tinha que dizer, pelo menos publicamente?
-- Será que está questionando o valor, ou melhor, o poder da palavra que, dependendo da maneira como é usada, pode se tornar uma arma perigosa?
-- Será que sua vida, daqui pra frente, vai ser conversar com cachorros, bem-te-vis e papagaios? Plantar, ver crescer, florescer, frutificar e colher, apenas na terra onde pode pisar?
É claro que isso conta muito, faz toda a diferença na qualidade de vida que ela quis resgatar, voltando às suas origens.
Mas está ficando claro também que, sem a mesma e natural motivação para contar suas histórias, as tardes de silêncio, especialmente as tardes, lhe estão parecendo intermináveis, a ponto de ela se alegrar quando começa a anoitecer.

Bem, depois de um longo período de angústia, essa escritora resolveu aceitar como fase a situação que está vivendo. Tem sido difícil, muito difícil!
Mas agora, neste exato momento, uma onda animadora brota do seu silêncio interior: será que o fato de ter conseguido escrever sobre o problema não é um bom indício? Será que não é algum sinal desse mesmo silêncio que de opressor passou a oprimido e está querendo escapar?
Talvez, tomara...