sábado, 14 de novembro de 2009

A história de Chico Rosa (final)

O que mais gosto de fazer à noite?

Nas noites de lua cheia gosto de voar até o melhor galho da árvore mais alta para poder me sentir mais perto "dela".

Nas noites de lua minguante gosto de voar até o galinheiro para acordar o Galo Prado que, como já está velhinho, sempre dorme demais e corre o risco de não cantar seu canto da madrugada, o mais importante, pois é o despertador da fazenda. Uma vez, no inverno, como ele estava gripado e rouco, fiquei com pena de acordá-lo e acabei cantando no seu lugar, pode acreditar!
E juro que ninguém notou a diferença...

Agora só falta falar das coisas de que não gosto. Sabe quais são?

Chuva em noite de lua cheia, é óbvio!
Sexta-feira, 13, em noite de lua cheia! Sempre aparece algum gato miando ou algum cachorro uivando para atrapalhar o meu "namoro"...
Zoada (principalmente quando tem latidos) na hora do meu soninho da tarde. Não há nada que me deixe mais mal-humorado.

Agora, só para terminar, quer saber qual é o meu maior sonho?
Ser levado por um astronauta em uma viagem de foguete até a Lua! Ia ser a maior glória!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

E continua a história...

Parei no "depois...", não foi?
Bem, você já sabe que adoro a noite. Mas ainda não sabe o que mais gosto da noite.
O que é, o que é? Quero ver quem adivinha!

Não é de ouro, nem do Louro, quem me dera...

Nem é de cobre, só do rico ou só do pobre.

É de prata, é puro brilho, sim senhor!

É de todos os que conhecem

a linguagem do amor...


O que é, o que é? A lua claro! Morro de amor por ela, principalmente quando fica cheia, redonda e brilhante! Nas noites de lua cheia quase não durmo. Quero ficar acordado, de olhos bem abertos, pois tenho a sensação de que alguma coisa mágica sempre pode acontecer.

O que mais gosto de fazer à noite?
Ah... essa resposta vai ficar para mais tarde ou para amanhã!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

E a história continua...

Gosto de subir até o pico da árvore, principalmente quando está florida, para espiar a casinha do joão-de-barro, uma verdadeira obra arquitetônica!

Gosto de comer o lanche-surpresa que Mariana leva especialmente para mim, sempre que pode. O que é? Alguma rosa que ela apanha escondido. Adoro rosas! Adoro! Começo comendo o miolinho, depois o cabinho e deixo as pétalas para o final. Só Mariana faz isso, pois as outras pessoas, quando se lembram, só me dão rosas murchas, de pescoço caído...
Ah, esqueci de dizer que a surpresa fica por conta da cor da flor. As vermelhas são uma verdadeira maravilha para o meu paladar.

Gosto de brincar com as outras aves que aparecem por ali, e faço isso nos galhos mais altos das árvores, só para evitar a intromissão de quem? De quem? Da enxerida da Filó, claro!

Gosto de tirar outro cochilo, empoleirado no braço da minha dona, quando todo mundo já comeu, já brincou, já correu e só quer saber de se deitar na grama para descansar.

Gosto de chegar em casa, de noitinha, voltar para o meu poleiro, esperar o jantar e, então, dormir um pouco até a meia-noite chegar.

Depois... Depois eu só vou contar amanhã de manhã!...

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A história de Chico Rosa (continuação)

Gosto de ouvir o Galo Prado cantar quando o sol ainda está se espreguiçando e o dia apenas começando. E gosto tanto, que até já aprendi a imitar o seu cocoricó direitinho.

Gosto de ver os animais e as pessoas acordarem, movimentando a vida da casa e da fazenda.

Gosto de tomar o meu café da manhã: uma mistura de sementes de girassol, amendoim com casca e frutos secos variados. Hum... Só de falar me dá água no bico!

Gosto de ficar olhando o pessoal da roça preparando a terra, plantando e, depois, colhendo café, milho, cana, feijão, dependendo da época do ano.

Gosto quando chega meio-dia e todos param para almoçar, inclusive eu: pedaços de espiga de milho verde, tirinhas de coco fresco, batata-doce cozida e maçã. Um verdadeiro banquete, que eu posso repetir todos os dias sem enjoar.

Gosto de tirar um cochilo depois do almoço, para repor o sono que nunca é suficiente durante a noite.

Gosto de acordar, depois desse cochilo, com o movimento das crianças preparando um piquenique: a cesta grande, com uma tampa de cada lado, a toalha xadrez e a comida. O que elas levam para lanchar? Bolo, sanduíches, suco, não importa. Bom mesmo é o sabor do passeio.

Gosto de acompanhar as crianças, o gato Mio e Filó (que até se esquece de cismar comigo, de tão alegre que fica), até a paineira que fica perto de um córrego bem rasinho.

Ainda gosto de muita coisa, que só vou contar amanhã de manhã...

A história de Chico Rosa (contada pelo próprio)

Quero começar esclarecendo que meu nome não é Gagá. Foi Filó, a "linguicinha" aqui de casa, que nunca mais foi "salsichinha" depois que teve a primeira cria, quem me deu esse apelido, porque cismou comigo desde que me conheceu.
Vive dizendo que pareço um velho ranzinza, mal-humorado, um verdadeiro gagá. E, quanto mais eu reclamava, mais ela enchia minha paciência. Por isso achei melhor ignorar o fato e simplesmente não responder quando alguém me chama de Gagá.
Meu nome, de uma vez por todas, é Chico Rosa. Mas também costumo atender quando alguém me chama carinhosamente de Lourinho.

Para começar, quer saber do que eu gosto?
Mais da noite que do dia, com certeza. A noite misteriosa me encanta, me fascina! Tanto assim, que passo a maior parte dela acordado.
Mas isso não quer dizer que eu não goste do dia, da luz do sol. Claro que gosto. E sabe o que mais gosto de fazer durante o dia?

Mais tarde eu conto. Agora vou parar para tomar o meu café da manhã.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Uma história de papagaio


Amanhã começarei a postar uma história que escrevi há algum tempo, mas que continua inédita até hoje.
O personagem principal é um papagaio, que passou a se chamar Chico Rosa, em homenagem ao lourinho da família Porto.
Vocês vão conhecer a família do Chico da história, vão saber das coisas que ele mais gosta e das coisas que ele odeia...
É a história de um papagaio muito especial, que têm algumas afinidades com o nosso Chiquinho.
Tomara que vocês gostem de ler tanto quanto eu gostei de escrever!