segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Lantanas e borboletas

Não fosse pela minha tia Lycia, que me contou as primeiras histórias e, mais tarde, me alfabetizou, não haveria me tornado uma escritora. Ainda bem que consegui dizer isso a ela, pouco antes de sua morte: ficou feliz e emocionada, tanto quanto eu.
Uma das histórias da qual me lembro até hoje falava sobre várias famílias de borboletas; a família das borboletas azuis, das amarelas, alaranjadas, rosadas, azuladas, esverdeadas, enfim, famílias de borboletas de infinitas cores e matizes.
Se a história tinha algum enredo, não me lembro. E isso tampouco importa. A história que retive na memória durante todos esses anos era a da convivência pacífica entre as borboletas-mães e suas borboletinhas multicoloridas. Com certeza tia Lycia foi a responsável pela minha introdução não só ao mundo das letras e dos números, como também ao mundo das cores, o maravilhoso e mágico mundo de todas as cores.
Essa jardineira de lantanas coloridas poderia ilustrar perfeitamente essa história. Tive a certeza disso quando uma amiga me disse que as lantanas atraíam as borboletas. E mais: que as flores amarelas atraíam as borboletas da mesma cor, as vermelhas atraíam borboletas vermelhas e assim por diante.
Vou cuidar dessas florezinhas com mais carinho ainda. Elas estão plantadas nessa jardineira, em um vaso de barro e em um canteirinho perto da entrada da minha casa.
E vou esperar pelas borboletas pois sei que elas vão me trazer novas histórias.