terça-feira, 28 de abril de 2009

Uma carta da Espanha! (continuação)

Fiquei um bom tempo olhando para cada foto, cada moinho, cada paisagem, desligada do resto do mundo! E tudo aquilo que estava brilhando no papel passou a brilhar de verdade. Comecei a correr, encantada, de um lado para outro, sob um céu azul do tom das portas e janelas das casinhas com paredes brancas.
Depois de não sei quanto tempo, meu ritmo foi diminuindo, meus passos foram ficando curtos e teimavam em me levar na direção de um moinho grande, que eu tinha escolhido como o mais bonito de todos!
Foi então que alguém me tirou do chão, com muito cuidado, deu um soprão nas minhas costas e me depositou sobre uma das pás do moinho. Quando me senti "grudada" nela, me dei conta de que o soprão tinha funcionado como um ímã.
As mesmas mãos que me levantaram deram um impulso leve nas pás, que começaram a girar lentamente. E eu me transformei nos ponteiros de um grande relógio-moinho que não marcava as horas nem os minutos... Marcava, sim, as batidas do meu coração, e isso me dava uma sensação muito boa, muito gostosa, além de me fazer ver tudo mais bonito!
Quando ouvi o relinchar de um cavalo, tive a certeza de que tinha sido "ele".
E continuei a girar, lentamente, sentindo o ritmo do meu coração.

(continua...)

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