terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Um dedo de poesia

A menina de trança, com laço de fita na ponta, fica triste, de repente.
Não quer o pedaço de bolo nem a taça de sorvete.
Chega perto da vidraça, olha a chuva, olha a rua, olha a moça, olha a praça...
Na calçada molhada, descalço e alegre, vem o menino, que canta e que dança, mas olha pra ela e balança a cabeça.
A menina de trança, de boca trancada, fica séria, não sorri.
O menino faz careta, faz graça, vira palhaço, estica o pescoço, faz jeito de moço engasgado, que engole caroço...
A menina de trança, de boca trancada, faz pirraça, não sorri.
O meino dá um passo, outro passo e estende o braço, como quem quer dar abraço. Depois para, perde a graça,mas não perde a alegria. Sai pulando, vai embora, faz sozinho sua folia.
A menina de trança, com a cara corada, levanta a vidraça, sente o ar, fica feliz!A alegria do menino, como se fosse fumaça, entrou pelo seu nariz, mas não foi para o pulmão. Entrou forte, feito lança, e atingiu seu coração!

Um comentário:

n3n3 disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.