quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Os trilhos da saudade...

_ Está com dor, Serafina? Dor de cabeça, de barriga? O que foi que você comeu no almoço?

_ Hã? Dor? Almoço? Hum... que fome! Não, seu Nonô, não se preocupe. Acabei pegando no sono quando o senhor começou a imitar o barulho do trem e sonhei com um cavalo mágico, que se assustou com um espantalho horrível e me derrubou. Se eu acordei falando em dor, deve ter sido a dor do tombo do sonho, só isso.
_ Ah, então fomos dois, Serafina, pois eu também acabei tirando um bom cochilo. E acordei sem dores, mas com fome... Que tal a gente interromper a contação de histórias para fazer um bom lanche?
_ Ótima idéia, seu Nonô! Ótima idéia!

Depois do lanche, que mais lembrava uma refeição...
_ Que delícia, seu Nonô! Este nosso lanche mais parecia um daqueles cafés da tarde no sítio dos meus avós. Tiana é a melhor quituteira que conheço! E a vó Rita, então, faz uma espécie de sonho frito, que fica oco por dentro, macio feito paina, que vem mergulhado em uma calda feita com água de laranjeira. Além de deliciosíssimos, ficam um pouquinho perfumados, o senhor acredita?
_ Claro que acredito, Serafina. O perfume da flor da laranjeira é inebriante! E me faz lembrar de muitas histórias, além daquela sobre as noivas, que já lhe contei.
_ Pois então, a gente pode dar uma parada, para refrescar a memória, e marcar outra sessão de histórias, daqui a algum tempo. O que o senhor acha?
_ Acho ótimo, Serafina. Muito mais que a sua, a minha memória precisa de muito refresco...

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