sexta-feira, 5 de junho de 2009

Dia Mundial do Meio Ambiente

Aconteceu no alto da serra da Canastra, ao sul de Minas Gerais, o momento mais sublime da viagem que fiz à nascente do rio São Francisco.
Caminhando, absorta, entre os vários berços do rio, pequenos olhos d'água, senti toda a força da emoção que o brotar de uma vida desperta em mim. Pode ser de uma planta, um animal, um ser humano, enfim, qualquer ser vivo que faça parte da natureza, a Grande Mãe, amada por muitos filhos, mas maltratada por tantos outros que já lhe causaram danos irreversíveis.
Acho que isso só vai mudar no dia em que o homem sentir que é um ser vivo como os outros e que o fato de ter nascido humano não lhe confere poder algum em relação aos demais.
Além disso, terá que se sentir parte integrante da natureza e deixar de usá-la como um simples cenário, que pode ser montado e desmontado de acordo com o papel que ele decidiu representar.
As futuras gerações merecem a esperança de uma vida mais saudável, o que exige de cada um de nós um respeito absoluto e sagrado à natureza.

Texto publicado na quarta capa do livro Reflexos dos olhos d'água, de minha autoria, um dos quatro volumes que fazem parte da coleção Os caminhos do São Francisco, publicada pela Editora FTD.

Um comentário:

Anônimo disse...

Completamente de acordo, Cris. Não é que o homem ache nada, nem pensa no respeito quando se trata de natureza ou de animais. Simplemente exerce a violência que lhe dá a superioridade (?). Do mesmo modo o elemento masculino disso que chamamos ser humano exerce a violência contra as mulheres, utilizando-as para o seu proveito. Usa-as para o sexo e acha-se dono do seu sexo, impendindo-as de gozar; para a procriação, e acha-se dono do fruto do seu ventre... uma forma de domínio muito similar àquela que o homem exerce sobre a natureza. Quanto mais conheço os animais e mais observo a natureza, mais chego à conclusão de que ambos (animais e natureza) são muito superiores a isso que chamamos ser racional.
Mara