"... Mulher da roça eu o sou. Mulher operária, doceira,
abelha no seu artesanato, boa cozinheira, boa lavadeira.
A gleba me transfigura, sou semente, sou pedra.
Pela minha voz cantam todos os pássaros do mundo.
Sou a cigarra cantadeira de um longo estio que se chama Vida.
Sou a formiga incansável, diligente, compondo seus abastos.
Em mim a planta renasce e floresce, sementeia e sobrevive.
Sou a espiga e o grão fecundo que retornam à terra .
Minha pena é a enxada do plantador, é o arado que vai sulcando
para a colheita das gerações.
Eu sou o velho paiol e a velha roceira.
Eu sou a terra milenária, eu venho de milênios.
Eu sou a mulher mais antiga do mundo, plantada e fecundada
no ventre escuro da terra."
(Excerto do poema A gleba me transfigura, Cora Coralina.)
Quanto mais eu leio, mais releio! Quanto mais conheço, mais amo e admiro essa mulher!
quinta-feira, 25 de março de 2010
terça-feira, 23 de março de 2010
Um tempo feliz
Infância com muita gente,
muitas plantas, muitos bichos:
papagaios, passarinhos,
o encanto diante do canto
do pequeno curió...
Gatos, cachorros, saguis,
patos, gansos e galinhas...
Companhia não faltava,
ninguém se sentia só.
Infância com goiabada,
milho, farinha e fubá.
Na verdade, como Cora,
sou fruto-filho do milho.
Sua farinha no caldo,
no leite ou no virado,
polenta, pamonha, curau,
o milho verde cozido
(lambuzado de manteiga)
e o buré com cambuquira.
Sua bênção, minha avó Cota,
sua bênção, Coralina!
PS: quando conheci a obra de Cora Coralina, anos mais tarde, passei a amá-la como uma segunda avó. Por isso a bênção das duas se tornou tão importante para mim!
muitas plantas, muitos bichos:
papagaios, passarinhos,
o encanto diante do canto
do pequeno curió...
Gatos, cachorros, saguis,
patos, gansos e galinhas...
Companhia não faltava,
ninguém se sentia só.
Infância com goiabada,
milho, farinha e fubá.
Na verdade, como Cora,
sou fruto-filho do milho.
Sua farinha no caldo,
no leite ou no virado,
polenta, pamonha, curau,
o milho verde cozido
(lambuzado de manteiga)
e o buré com cambuquira.
Sua bênção, minha avó Cota,
sua bênção, Coralina!
PS: quando conheci a obra de Cora Coralina, anos mais tarde, passei a amá-la como uma segunda avó. Por isso a bênção das duas se tornou tão importante para mim!
segunda-feira, 22 de março de 2010
Dia Mundial da Água
Voltei! Oba! Finalmente tive uma chance!
Eu tinha que dizer algumas palavrinhas, hoje, no Dia da Água ... e da Vida, claro!
Só de pensar que esse bem tão precioso, a água que bebemos, pode acabar, já começo a morrer de sede!!!
Cada um tem que fazer a sua parte, tem que procurar se informar sobre esse assunto tão grave, refletir e, depois, começar a mudar alguns hábitos. Mas tudo isso tem que ser rápido! Não dá para esperar!
Existem duas coisinhas simples, hábitos do dia-a-dia, que podem ser um ótimo começo: escovar os dentes e ensaboar-se, durante o banho, com a torneira fechada. Ah, e que esse banho dure o mínimo possível! A gente não precisa de muito tempo para tirar a sujeira do corpo, quando faz isso todos os dias...
Se você já está agindo assim, parabéns! Caso contrário, sugiro que comece imediatamente!
O Planeta agradece. E os seres que nele vivem, também!
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